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Inocentes

O Inocentes nasceu em 1981 sob o signo do Punk paulistano, e rapidamente se destacou em festivais pela cidade. Já em 1982, participou do primeiro registro em vinil de bandas punks brasileiras, a coletânea “Grito Suburbano”, lançada no Brasil pela Punk Rock Discos e, posteriormente, na Alemanha pelo selo Vinyl Boogie. As performances poderosas e a postura firme da banda logo a alçaram ao patamar de uma das porta-vozes do movimento. É famosa a frase escrita por Clemente em seu manifesto de 1982: “Estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, para pintar de negro a Asa Branca, atrasar o Trem das Onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer”.

Eles foram uma das bandas mais solicitadas do movimento naquele momento, presentes em diversas matérias de TV, revistas e no documentário “Garotos do Subúrbio”, de Fernando Meirelles, além de participarem do festival “O Começo do Fim do Mundo”, no SESC Pompéia, e da coletânea homônima. Em 1983, lançaram o EP “Miséria e Fome”, por selo próprio no Brasil e pela Weird System na Alemanha, e no final do mesmo ano a banda encerrou suas atividades no palco do Napalm. No início de 1984, o Inocentes voltou aos palcos com um novo som e uma nova formação, atuando na cena Rock paulista. Em 1986, foram contratados pela Warner e se tornaram a primeira banda punk brasileira a assinar com uma gravadora multinacional. Nesse mesmo ano lançaram o mini-LP “Pânico em SP”, realizando sua primeira turnê nacional e tornando-se conhecidos em todo país, finalmente atingindo a grande mídia e o grande público. Ainda pela Warner, lançaram mais dois discos (“Adeus Carne”, de 1987, e “Inocentes”, de 1989). Na década de 1990, voltaram à vida independente com “Estilhaços” (1992), pelo selo Camerati, e “Subterrâneos” (1994), pela Eldorado, em uma fase marcada pelo show de abertura para o Ramones, no Olímpia.

1995 foi o ano do início da formação atual do Inocentes, na fase inaugurada pelo cultuado CD “Ruas”, lançado pela gravadora Paradoxx em 1996, e pelo primeiro grande festival em que a banda participou, o Close-Up Planet de 1996, juntamente com Sex Pistols, Bad Religion e Marky Ramone, com quem excursionaram pelo interior de SP. Em 1997, participaram do Abril Pro Rock, em Recife, e do Rock Gol, na MTV. Em 1999, já pela gravadora Abril Music, lançaram o CD “Embalado à Vácuo”, com o hit “Cala Boca”, que chegou a ficar em 1° lugar na rádio Brasil 2000 por meses consecutivos. Ainda pela Abril Music, lançaram no ano 2000 o CD “O Silêncio dos Inocentes”, e em 2001 comemoraram 20 anos de banda com um grande show no SESC Pompéia, registrando toda a ação no CD “20 anos ao Vivo”. Em seguida, houve uma pequena interrupção nessa formação, e o CD “Labirinto”, de 2004, foi gravado com Fred na bateria. Em 2006, com a formação completa novamente, após a exposição gerada pelo documentário “Botinada”, do ex-VJ Gastão Moreira, a banda iniciou uma série de participações marcantes em festivais de todo o país, tornando-se referência na cena independente brasileira.

Nesse período, o Inocentes passou pelos principais festivais do Brasil, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, e em 2007 lançou seu primeiro DVD, “Som e Fúria”, pelo selo Monstro Discos. Em 2011 comemoraram os 30 anos da banda com o relançamento de toda a sua discografia pela Warner no “Pânico em SP”, originalmente um EP com seis músicas, que ganhou uma edição comemorativa com mais seis músicas inéditas gravadas pela formação atual em 2011. Também como parte da comemoração, foi lançado o documentário “Inocentes 30 Anos”, dirigido por Carol Thomé e Duca Mendes. Em 2012, a banda participou da reedição do Festival “O Começo do Fim do Mundo” no SESC Pompéia, intitulado “O Fim do Mundo, Enfim”. Em 2013, a banda desenvolveu um novo projeto em parceria com o sexteto de cordas Six Rock Strings, que já passou pelos Sescs Ipiranga e Pompéia, e em 2014 lança seu 13° álbum, “Sob Controle”, pela Substancial Music.

Os Inocentes são, desde 1995:
Anselmo Monstro no baixo, Clemente, voz e guitarra, Nonô na bateria e Ronaldo Passos na guitarra.

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“Um ‘Caveirão’ sobe um morro qualquer, armado até os dentes, enquanto o repórter insiste em afirmar que está tudo sob controle”.

Foi com essa imagem impregnada na retina que o Inocentes entrou em estúdio para gravar seu novo álbum, “Sob Controle”, que a princípio era um EP com cinco músicas, mas foi crescendo até virar um álbum completo. São oito músicas novas, sendo duas completamente inéditas. Parece confuso, mas vou esclarecer: “Eu fico Puto” e “Sob Controle”, compostas em 2013, são inéditas e refletem bem o momento atual da banda. “As Verdades Doem” e “Velocidade Indefinida” já haviam sido gravadas, mas ganharam versões definitivas e gravações novas após terem saído na edição comemorativa do EP “Pânico em SP” em 2011, na ocasião dos 30 anos da banda, junto com “Rota de Colisão”, “Violência e Paixão” e “A face de Deus” (que ganhou uma versão mais pesada). Como essa edição foi limitada, essas músicas mereciam um álbum próprio. Já a música “Estrutura de Bronze” é um cover da banda Restos de Nada, primeira banda de Clemente, de 1978, e é uma pequena homenagem a Douglas Viscaíno, guitarrista da banda, grande músico e compositor, que faleceu no início de 2013, uma perda imensurável para o rock brasileiro.

Agora fica fácil de entender: são oito músicas novas, sendo duas delas inéditas e mais seis versões ao vivo de alguns clássicos, pois muitas canções da banda só tinham registro da década de 80 e 90 e mereciam ser atualizadas (e a melhor maneira de fazer isso é ao vivo). As músicas “Rotina”, “A Cidade Não Para”, “Nada de Novo no Front”, “Intolerância”, “Cala a Boca” e “Pátria Amada” ganharam versões poderosas, registradas em um concorrido pocket show.

Gravado no estúdio Produssom (atual Espaço Som), produzido pela banda e por Wagner Bernardes, fiel escudeiro que fez um violão aqui, um teclado ali, outro backing acolá e que contou com o auxílio luxuoso de Lampadinha na session ao vivo, o resultado é um disco despojado, coeso, atual e pesado, onde a raiva e a melodia convivem lado a lado. Sem falar que aquela mesma energia do começo de carreira continua viva, o que comprova que o passar dos anos fez bem aos Inocentes, tornando a banda mais afiada, como uma adaga que vai direto ao coração.

A capa tem a arte em estêncil do grafiteiro e artista plástico Ricardo Tattoo e foi clicada por Daniel Arantes, que também fez as fotos do encarte.

“Sob Controle” está sendo lançado pela gravadora Substancial Music e pode ser encontrado nas melhores e piores lojas do ramo. Atenção: ouça com moderação, produto altamente viciante.